Em entrevista ao jornal A Tarde, Senador Otto Alencar aponta nome de Charles Fernandes como possível eleito a uma vaga à Câmara Federal
16 de abril de 2018Em entrevista ao jornal A Tarde, o presidente do PSD na Bahia, senador Otto Alencar apontou o nome do ex. prefeito de Guanambi Charles Fernandes (PSD), como um dos possíveis eleitos para uma vaga à câmara Federal nas eleições deste ano e ainda citou os nomes do deputado estadual Manassés e do filho Otto Alencar Filho. Com a pergunta: Qual a expectativa no Congresso para o próximo ano? o Senador respondeu:
“Nós temos três candidatos com chance de vitória: o deputado estadual Manassés, o ex-prefeito de Guanambi Charles Fernandes, e meu filho Otto Alencar Filho, que vai ser candidato também a deputado federal, por coincidência com a mesma idade que eu entrei na política, com 40 anos”. Ainda durante a entrevista, Otto disse que está bastante confiante na vitória dos três candidatos do partido.
Veja outros trechos da entrevista:
Como presidente do PSD na Bahia, como vê o aumento da bancada?
Nós tivemos dois deputados estaduais que vieram, ficamos com nove, e cinco federais. Também vieram seis prefeitos, estamos com 88 prefeitos. O partido está muito bem organizado, não sei se há outro na Bahia tão bem organizado quanto o nosso.
Como o senhor viu as especulações de que o senhor deixaria o Senado para auxiliar na campanha de Rui Costa?
Essa conversa saiu não sei de onde. Rui nunca falou comigo, acho que, se houver necessidade, ele me chama para conversar, mas nunca chamou. Foi mais uma especulação.
Mas se precisasse sair, o senhor sairia?
Sem dúvida. Me considero do grupo, se precisar da minha ajuda, eu vou ajudar.
Como o senhor viu a desistência de ACM Neto em concorrer para o governo?
Eu sempre disse que a história mostra que todos aqueles que deixaram um mandato no meio do caminho na busca de um cargo maior se deram muito mal. Waldir Pires foi governador, terminou vereador. Eu mesmo poderia ficar confortável no meu mandato de oito anos no Senado e sair a governador, para perder ou ganhar, mas não vou fazer isso, porque minha campanha foi toda debatendo o que eu queria fazer aqui no Senado. Tenho PECs e projetos aprovados e sancionados. Mas eu não vou deixar porque eu posso disputar e vou ficar com mais quatro anos. A política não permite esses vacilos. Não vou entrar no mérito, mas não acho que o prefeito de Salvador tenha deixado de ser candidato por outro motivo que não seja querer continuar com o mandato dele, pode ser que tenha outro motivo, mas desconheço. Não vou, de maneira nenhuma, criticá-lo ou dizer que faltou aliança ou coragem.
O cenário fica mais favorável a Rui Costa?
Ninguém ganha de véspera, tem que respeitar o adversário e trabalhar intensamente para ser vitorioso. Nós, em 2014, saímos atrás e vencemos. Eu saí com 4%, meu adversário principal tinha entre 40% e 50% e terminei vencendo com 1,3 milhão de votos.
Mas o oposição se dividiu na Bahia.
Acho que eles vão se unir mais para frente. Quando tiver a aliança que sempre se repete para presidente da República, os tucanos com o democratas, aí, na Bahia, eles vão se unir.
E em relação a chapa de Rui Costa, a senadora Lídice da Mata (PSB) falou ao A Tarde que tem disposição para sair como vice.
Na Bahia tudo depende da posição que for tomar o João Leão, porque ele é o vice e tem a opção de ser senador. Então estamos aguardando qual é a movimentação que ele vai fazer. Quando ele tomar essa posição é que nós vamos nos reunir pra definir o nome com possibilidade de participar da chapa. Tem um nome que é ponteiro, de vanguarda, que é o do Ângelo Coronel, também do deputado federal Antonio Brito, todos têm o mesmo respeito nosso. Mas ainda tem muito tempo e política muda muito. Há quinze dias Neto era candidato e já não é mais. Ter visão do que pode acontecer no futuro é difícil, eu não sou adivinho. E Rui, é claro, vai para reeleição com meu apoio. O Jaques Wagner [ex-governador] para o Senado, eu acho que é uma coisa natural pelo que ele representou paro grupo, embora seja do PT. O PT com dois na chapa majoritária não vejo nada fora do normal.
Já que o senhor falou sobre Jaques Wagner, como avalia a possibilidade dele ser um possível substituto a Lula como candidato do PT à presidência da República?
Qualquer adepto da causa do presidente Lula, como eu sou, deve fazer o esforço maior para ele ser candidato. Cercear o direito dele ser candidato, na minha ótica, sem uma prova material, só por suposições e convicções, me coloco na posição de dúvida a respeito da imparcialidade do juiz Sérgio Moro e dos três desembargadores do TRF-4.
E como senhor vê a relação dos políticos com a população?
A população do meu estado conhece o perfil de cada político, quem mais conhece é o eleitor. Então, todo colegiado tem santo e tem demônio, mas neste momento está aparecendo mais demônio, porque o Ministério Público está atuando muito em cima. Mas qualquer profissão tem falhas. Num colegiado de 12 pessoas escolhidas pelo Filho de Deus, um deles se vendeu. Cada político constrói a sua própria história e a população sabe exatamente como ele é. O eleitor é responsável por fazer a reforma dos homens que serão os representantes da Câmara, Senado, governos estaduais e presidente da República. Então, não venha me dizer que os que estão aí errando não passaram pelo crivo do eleitor, ninguém chegou aqui por via indireta, foram eleitos pelos eleitores.
Como o senhor vê essa divisão atual entre direita e esquerda?
Isso é um modismo. Eu acho que se Lula não for candidato ninguém vai acertar o futuro. Ninguém vai ganhar no primeiro turno e quem vai paro segundo turno? Ninguém acerta.