O DILEMA DOS GOVERNANTES DIANTE DO BINÔMIO SAÚDE E ECONOMIA
10 de junho de 2020Essa pandemia entre tantos embates assustadores tem trazido reflexões de toda ordem: religiosa, científica, moral, ética, política, econômica, colocando os nossos governantes contra a parede em várias questões, mas principalmente naquilo que o binômio saúde e
economia suscita nas suas mais variadas vertentes.
A todo o momento nos deparamos com as mais fervorosas recomendações ou
até apelos veementes de “fique em casa”, “mantenha o distanciamento social”, emanados pelas maiores autoridades em saúde e ciência do mundo. Entretanto, tudo isso tem um preço, o preço que será pago pela economia global.
Quando se fala em economia falamos de emprego, renda, dignidade humana, satisfação
ou privação de necessidades básicas do ser humano. E agora? O que fazer? De um lado a preservação da vida, bem maior, segundo o artigo 5º da nossa Carta Magna, que versa sobre os direitos e garantias fundamentais ao lado da liberdade, igualdade, segurança e
propriedade. Do outro, esta mesma vida, reclama dignidade.
A máxima este ano é manter-se vivo, mas e depois dessa suposta vitória da vida sobre a morte, como será? A vida se relaciona diretamente com a dignidade da pessoa humana, insculpida no art. 1º inciso III, da Constituição Federal. Debatemo-nos com dois pressupostos básicos do ser humano: A vida, direito indisponível, ou seja, ninguém pode abrir mão nem mesmo da sua própria vida e a dignidade humana.
O coronavírus está conseguindo silenciosamente desrespeitar os dois pilares: A indisponibilidade da vida e a inviolabilidade da dignidade humana. Assevera-se que se conseguirmos defender uma, ficaremos sem a outra, pois. O dilema dos nossos governantes, principalmente os da esfera municipal, preocupados com a reputação dos seus atos e dos seus pensamentos em ano de eleição, empurra os seus intelectos para a asfixia.
O que fazer para equilibrar essa disputa? Como manter a paridade de armas
nesta guerra contra o inimigo invisível? Pouco sabemos sobre ele. O que mais se explicita neste contexto de terror é que o nosso sistema de saúde é muito vulnerável. Foram décadas de falta de investimentos suficientes e necessários para o mínimo e agora se
carece do máximo. Mas que de repente, aparecem algumas dezenas de bilhões de reais para hospitais de campanha, para auxílios emergenciais, possíveis graças à autorização do Congresso Nacional, para o que apelidaram de “orçamento de guerra”.
Mas será o suficiente? Já temos a resposta: Não! Sistema de saúde fragilizado, economia em frangalhos, a queda do PIB anunciada esta semana, já anuncia uma grave recessão, e o que fazer? Como fazer? Será o caos? Já temos uma segunda resposta: Não! O povo brasileiro por sua natureza é pacífico, trabalhador, alegre e cheio de esperança. Não se
derrota um brasileiro facilmente. Mesmo caindo, não se ajoelha, cai de pé! No que depender da força deste povo sofrido, penalizado pela corrupção sistêmica instalada genericamente nos poderes, sofrendo as consequências de uma polarização e intolerância política, nós vamos vencer e ensinar ao mundo que conosco ninguém pode, nem
mesmo um inimigo global e invisível chamado coronavírus!
Por Paulo Henrique Souza, graduando do 9º semestre do curso de
Direito, pela Uniftc – Vitória da Conquista – Bahia – “Os artigos
publicados neste espaço, não representam necessariamente a opinião
do site www.radarguanambi.com.br”.