Amazonas  – O pulmão do mundo agoniza por falta de oxigênio

Amazonas – O pulmão do mundo agoniza por falta de oxigênio

17 de janeiro de 2021 0 Por Mário Filho

Na mitologia, amazonas significa mulheres guerreiras, destemidas, viris, bélicas, cuja lenda conta que chegavam a queimar o seio direito para melhor apoiar o arco, principal arma de guerra da idade média. Na língua indígena, a palavra amassunu significa ruído das águas e foi assim que o capitão espanhol Francisco Orelhana, batizou a região ao descer o rio amazonas em 1541.

O Brasil concentra 60% da floresta amazônica e o estado do Amazonas, maior do país em extensão territorial, superando inclusive a França, Espanha, Suécia e
Grécia somadas, tem em sua totalidade territorial a cobertura da floresta amazônica.

Todos estes dados, traduzem a pujança e relevância deste Estado ímpar do nosso Brasil. Infelizmente, nos últimos dias, as notícias que nos chegam dão conta que o gigante está acuado, ameaça ruir, atingido pelo vírus da segunda onda do Covid-19, agravado segundo especialistas pelas aglomerações
verificadas nas festas de final de ano e asfixiado pela falta de gestão, pela incúria do poder público, que anda mais preocupado com as imagens dos personagens que disputarão as eleições presidenciais em 2022, do que com a falta de oxigênio medicinal nas unidades de saúde.

O contexto é desolador por lá. Contam os sobreviventes do caos, que o “cenário é de guerra”, que “precisam escolher quem vai morrer e quem vai lutar pela vida em um leito de UTI”, que “prematuros em UTI´s neonatais correm o risco de morrer em massa, quando o oxigênio acabar”. Os relatos são assombrosos.

A floresta amazônica é considerada o pulmão do mundo e neste momento agoniza por falta de oxigênio. Um contrassenso, uma contradição absurda, desenhada por uma peça pregada pela história de forma trágica. Neste momento de dor, angústia e desespero, muitos se unem tentando achar uma forma de minimizar o sofrimento dos amazonenses.

Artistas, celebridades e anônimos, tentam num sopro forte de solidariedade expelir o que o Estado mais necessita: oxigênio. Por muito tempo ouvimos de alguns pessimistas que o Brasil estava condenado a virar uma “Venezuela da vida”, fazendo referência à situação caótica que vive nosso vizinho, principalmente pela asfixia econômica traduzida para nós pelo êxodo em massa dos venezuelanos, em função da proximidade territorial.

Não por acaso, presenciamos em muitas cidades brasileiras artistas
de rua, tentando sobreviver nos semáforos ou simplesmente ostentando cartazes que os identificam com venezuelanos pedindo ajuda. E quem diria, são os venezuelanos que agora se arvoram para nos socorrer, mandando oxigênio de lá para cá. Para os pessimistas de plantão, esta situação demonstra que não viramos “uma Venezuela da vida”, estamos abaixo dela! Induvidosamente, a situação é crítica, absurda, inconcebível, inimaginável e enquanto o poder público tenta explicar o inexplicável e justificar suas ações, o amazonense continua morrendo, nas “câmaras de asfixia” conforme comentou um médico do Sistema de Saúde de lá. Para cada amazonense morto, um brasileiro sucumbe de vergonha do seu país.

Os jornais do mundo inteiro apresentam nas suas manchetes, estarrecimento com a incompetência do poder público brasileiro. Inobstante a guerra travada entre políticos da alta linhagem, de olho tão somente na foto da primeira vacina, deixando escapar suas incompetências quanto à taxa de eficácia da Coronavac que variou em uma semana de 78% para 50%, fato comemorado
inclusive por quem não apoia a vacina chinesa, até as idas e vindas de um avião cargueiro, que se dá ao luxo de ficar voando de aeroporto em aeroporto, vazio, eu disse vazio, aguardando o desenrolar do imbróglio entre o Ministério da Saúde do Brasil e as relações exteriores da Índia. Um festival de improficiências!

Enxergamos algumas exceções, até porque generalizar um problema é burrice: Prefeitos eleitos ou re-eleitos, em início de mandato, tentam com todas as suas forças, comprar vacina direto dos Institutos para proteger seus munícipes, mas certamente esbarrarão no fato, de que o Plano de Vacinação é nacional. Nossa esperança: A vacina!. Nossa certeza: ainda vão morrer milhares de brasileiros na
fila de espera, não da vacina ou dos hospitais, mas acometidos pela beligerância e inabilidade dos nossos governantes!!

Por Paulo Henrique Souza, Bacharel em Direito pela UniFtc. “Os
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opinião do www.radarguanambi.com.br”.