Carinhanha: Professora registra queixa contra Léo do Luana por agressão verbal, ameaça e perseguição política
15 de fevereiro de 2024Uma professora de 42 anos da rede municipal de ensino de Carinhanha, no sudoeste da Bahia, registrou um Boletim de Ocorrência contra o empresário e político Adilhermilson Soares Cardoso (Léo do Luana), na manhã desta quinta-feira (15).
Suely Santos Belém alegou que na noite da última terça-feira (13), por volta das 20h10, Léo do Luana teria utilizado seu carro para fechar a passagem da mesma nas imediações da rua que liga o Mercado a Igreja Matriz e teria dito a ela que o carnaval estava ridículo.
A professora disse em resposta que o povo estava gostando. Neste momento, Léo do Luana teria dito que ela estaria utilizando dinheiro público para si mesma e que após a política ele iria colocar ela e a irmã em seu devido lugar. Ela entendeu claramente como uma ameaça de perseguição e disse estar gravando a situação. Mesmo assim, ele não se importou e continuou a insultando. Na sequência, o mesmo só parou após alguns donos de veículos buzinarem para desobstruir a passagem.
Diante da situação, a mulher, que é professora, negra e que mora em um bairro periférico da cidade, ficou completamente abalada com a agressão gratuita nas palavras de Léo do Luana e começou a chorar.
Em conversa com a nossa equipe de reportagem, ela disse que ficou muito abalada porque nunca passou por isso. Suely ainda lamentou que uma figura que está no meio político possa desrespeitar uma mulher cuja missão é levar a educação, sendo uma professora dedicada. O mesmo deixou para agredi-la verbalmente em local menos movimentado, aproveitando-se de sua fragilidade.
Grupos de mulheres se solidarizaram com a professora durante todo o dia, afirmando que em pleno século 21 uma mulher, professora, negra e que enfrentou inúmeras dificuldades para se formar, seja tão desrespeitada e desvalorizada.
Em resposta ao Folha do Vale, Léo do Luana disse que tudo não passa de jogada política em razão do seu crescimento e aceitação popular, principalmente entre os jovens e as mulheres. Ele afirmou que nada disso aconteceu, além de informar que o jurídico tomará todas as medidas cabíveis.
Fonte:. Folha do Vale