Cardiologista alerta sobre riscos do consumo excessivo de energéticos

Cardiologista alerta sobre riscos do consumo excessivo de energéticos

15 de janeiro de 2022 0 Por Mário Filho

Para a cardiologista e professora da UniFTC, Lucélia Magalhães, esses casos de consumo demasiado de energéticos vêm sendo frequentes, apesar de geralmente não ser tão exacerbado e com tanta rapidez a ponto resultar um infarto em uma pessoa jovem.

“Os energéticos possuem elementos que aumentam a energia dos músculos e do cérebro, elevando a transmissão nervosa e fazendo com que as pessoas fiquem dispostas a realizar um exercício físico sem sentir cansaço, como habitualmente deveriam. Então eles estimulam o estado hiperativo devido às suas substâncias”, explica.

Segundo Lucélia, uma das substâncias mais encontradas nesses produtos é a cafeína, que nos energéticos comuns a dosagem é equivalente a cinco xícaras de café forte, “uma quantidade absurda para uma pessoa tomar”. “Além disso, os energéticos possuem guaraná e na maioria deles também se encontra a taurina, um aminoácido não essencial que é produzido naturalmente pelo fígado em uma quantidade necessária para determinadas circunstâncias, como uma atividade física de mais resistência, de modo fisiológico. Esse aminoácido é liberado pelo fígado ou pelo pâncreas”, informa a médica.

A mistura dessas substâncias é avaliada pela cardiologista como uma “bomba” para o organismo. Ela compara o uso exagerado dos energéticos ao óleo diesel e gasolina jogados a uma fogueira, algo que iria intensificar a chama que já estava acesa.

Sobre o caso de Allan da Costa Silva, o jovem citado no início da matéria, Lucélia diz que a combinação do álcool com energético pode ocasionar complicações sérias porque o coração não está preparado para receber um estímulo dessa intensidade. A médica esclarece que misturado com álcool e açúcar, sendo glicose ou frutose, essa ingestão faz com que essas substâncias entrem rapidamente nas células aumentando a combustão, intensificando a atividade energética e celular.

“Após uma atividade física é necessário descansar, quando você toma um enérgico desse você não consegue parar, fica como se fosse um motor excessivamente turbinado. O álcool deprime o sistema nervoso central. Então você tem uma substância que ativa algumas células, principalmente as células do coração, e outra que resulta em uma depressão do sistema nervoso central. Com isso, os controles centrais do sistema nervoso de proteção são totalmente abolidos.”

Fonte:. Bahia Notícias